
Pergunta da Sâmia:
“Dra. Beth, já ouvi falar em “predadores emocionais”, mas esse termo é um pouco confuso para mim. Dá para a senhora esclarecer?”
A pergunta da Sâmia é tão relevante que decidi iniciar uma série de três artigos para abordar o tema de forma abrangente. Vamos explorar quem são os predadores emocionais, como identificar suas características e entender os motivos que nos conectam a eles. Essas informações são cruciais, especialmente para quem sofre de dependência emocional ou codependência, pois essas pessoas são mais vulneráveis às armadilhas criadas por esses tipos de parceiros.
Hoje, falaremos de cinco tipos de predadores emocionais. Prepare-se para identificar essas dinâmicas e proteger-se de relações prejudiciais.
1. O Narcisista / Arrogante
Quem é ele?
O narcisista é aquele que se coloca como o centro do universo. Ele tem uma necessidade insaciável de validação e admiração. Embora nem todos apresentem o transtorno de personalidade narcisista, muitos exibem traços significativos desse comportamento.
Como identificar?
- Fala sempre sobre si mesmo.
- Demonstra desinteresse pelos seus sentimentos ou histórias, especialmente após a fase inicial de conquista.
- Nunca reconhece os próprios erros.
- Adora receber elogios, mas não os retribui.
Por que nos conectamos? O charme inicial do narcisista pode ser irresistível. Ele sabe exatamente como fazer você se sentir especial. Entretanto, é como se você estivesse namorando o protagonista de um filme de Hollywood, mas logo percebe que ele só se importa com sua própria atuação.
Dica de sobrevivência: Lembre-se: você não é um espelho. Valorize-se e saiba que merece admiração recíproca.
2. O Vitimista
Quem é ele?
O vitimista está sempre em uma situação pior que a sua. Ele usa o drama para manipular e controlar, muitas vezes assumindo o papel de vítima descrito no “Triângulo Dramático de Karpman”.
Como identificar?
- Sempre tem uma história triste para contar.
- Nunca assume responsabilidade por seus atos.
- Faz você se sentir culpado por não fazer o suficiente.
Por que nos conectamos? O vitimista desperta nosso instinto de proteção. Para quem sofre de codependência, a vontade de ajudar pode ser explorada por ele. No entanto, essa dinâmica se torna exaustiva.
Dica de sobrevivência: Você não é terapeuta de ninguém. Saiba diferenciar apoio de carregar o peso do outro.
3. O Fantasma
Quem é ele?
O fantasma desaparece e reaparece em sua vida sem explicação. Ele evita confrontos e responsabilidades emocionais, comportamento descrito por Dra. Jennice Vilhauer em Think Forward to Thrive (Pense no Futuro para Prosperar).
Como identificar?
- Some por dias ou semanas sem dar notícias.
- Não responde mensagens ou ligações.
- Reaparece com desculpas esfarrapadas.
Por que nos conectamos? A imprevisibilidade do fantasma pode ser excitante e desafiadora, criando um ciclo vicioso de desejo e frustração.
Dica de sobrevivência: Valorize seu tempo. Se ele não pode se comprometer, deixe-o no passado.
4. O Ciumento ou Possessivo
Quem é ele?
O ciumento trata você como propriedade. Ele tenta controlar suas amizades, ações e até redes sociais, refletindo insegurança e baixa autoestima.
Como identificar?
- Quer saber onde você está o tempo todo.
- Fica bravo se você fala com outras pessoas, especialmente do mesmo gênero dele.
- Tenta isolar você dos seus amigos e família.
Por que nos conectamos? O ciúmes pode ser interpretado como prova de amor no início, mas rapidamente se torna sufocante.
Dica de sobrevivência: Relacionamentos saudáveis são baseados em confiança, não em vigilância constante.
5. O Viciado em Drama
Quem é ele?
O viciado em drama parece prosperar em meio ao caos, sempre envolvido em crises e conflitos. Scott Wetzler, em Living with the Passive-Aggressive Man (Vivendo com o Homem Passivo-Agressivo), descreve como algumas pessoas usam o drama para evitar responsabilidades.
Como identificar?
- Vive em constante crise.
- Exagera o tamanho dos problemas.
- Adora brigas e discussões.
- Deixa você emocionalmente exausto.
Por que nos conectamos? O drama pode ser intenso e emocionante, criando uma falsa sensação de vivacidade.
Dica de sobrevivência: Mantenha a calma e não se deixe envolver no turbilhão emocional. Se o drama é constante, talvez seja hora de mudar de canal.
Conclusão
Conhecer esses tipos de parceiros afetivos predadores e entender por que nos conectamos com eles é crucial para evitar cair nas mesmas armadilhas no futuro. O amor próprio é o ponto de partida para construir relações saudáveis e autênticas.
Você já se relacionou com algum desses tipos de predadores emocionais? Compartilhe sua experiência nos comentários. Quem sabe sua história inspire um novo artigo! E se você achou este conteúdo útil, compartilhe para que mais pessoas possam se proteger. Até o próximo artigo!
Para assistir ao vídeo sobre o tema,clique aqui.
Obs.: Se você desejar copiar este artigo para posterior inclusão em qualquer mídia, pede-se que o mantenha na íntegra e adicione os créditos ao final, ou seja, Dra. Elizabeth Zamerul, médica psiquiatra (CRM-SP: 53.851), psicoterapeuta, especialista em Dependência Química e expert em Dependência Emocional.
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